Suspeito de matar três pessoas no Japão é preso no Sul de Minas


A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (15) em Córrego do Bom Jesus (MG) um homem suspeito de matar a namorada e os dois filhos dela na província de Shizuoka, no Japão, em dezembro de 2006. De acordo com a Polícia Federal, Edilson Donizete Neves estava em um sítio onde residia e não resistiu à prisão. Ele tinha um mandado de prisão preventiva em aberto pelo 1º Tribunal do Júri de São Paulo.
Ainda segundo a polícia, o suspeito fugiu para o Brasil um dia após o crime e passou a ser o criminoso mais procurado do Japão. Ele estava na lista vermelha da Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal. Segundo a Polícia Federal, os agentes rodaram mais de três mil quilômetros na investigação que
resultou na prisão do suspeito. A corporação informou que ele não vai ser extraditado por ser cidadão brasileiro.
Neves foi levado para a Superintendência da Polícia Federal em São Paulo e será encaminhado para um presídio brasileiro. Edilson pode ser condenado a até 90 anos de prisão por assassinato premeditado. De acordo com a lei brasileira, ele pode cumprir 30 anos de prisão e depois ganhar a liberdade. Se o julgamento acontecesse no Japão, Edilson poderia ser condenado à pena de morte.
Em janeiro de 2008, Edilson foi preso em Sarutaiá, interior de São Paulo. Porém, ele foi solto seis meses depois, porque deveria ser julgado pela Justiça Federal, já que o crime foi no exterior. A prisão dele havia sido decretada novamente em maio de 2009.
Em fevereiro de 2010, ele conseguiu renovar a carteira de motorista em um posto da Ciretran, em Jandira, na Grande São Paulo, quando já era procurado pela Interpol. À época, o Detran afirmou que não havia registro de que ele estava sendo procurado quando renovou o documento em 2010.

Crime premeditado

O crime aconteceu em 18 de dezembro de 2006 na província de shizuoka, a 160 quilômetros de Tóquio. A polícia japonesa identificou o suspeito cinco dias depois do crime, quando Edílson já havia retornado ao Brasil. Segundo o inquérito, exames do material coletado na cena do crime (pedaços de unha, impressões digitais e amostras de sangue) comprovaram que era de Edilson o cordão usado no estrangulamento das vítimas.
Sônia havia embarcado para o Japão em 1990 com o marido Marcilio Misaki. Seus dois filhos nasceram lá, e o casal se separou em 2004. Sônia começou a namorar Edílson. "A Sônia estava insatisfeita com o relacionamento porque ele [Edilson] era muito violento com as crianças. Ela resolveu separar-se dele e ele, inconformado, resolveu matar tanto a Sônia quanto os filhos dela", disse em janeiro de 2008 o promotor Marcelo Milani.

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